As estreias de Novembro foram, este ano, algo ofuscadas por um mês de Outubro excepcionalmente preenchido, bem como um LEFFEST (cujos filmes, agora estreados em sala, preenchem boa parte do nosso quadro) sempre empolgante, que nos desviou completamente a atenção durante 10 dias. Ainda assim vimos a estreia de um dos filmes mais aguardados do ano, Gladiator II, sequela da obra cinematográfica favorita de 90% da população masculina mundial, entre os 25 e os 45 anos de idade. A sequela ficou longe de convencer, como nos conta Francisco Sousa na sua crítica. Vimos ainda a estreia de dois potenciais nomeados ao Óscar de Melhor Filme deste Ano : Emilia Pérez, de Jacques Audiard, cuja capacidade para desagradar a crítica parece mesmo inabalável, e Conclave, de Edward Berger, um daqueles thrillers “para adultos” com actores de renome que, de tão frequentes outrora, parecem ter passado hoje para o campo mais confortável do streaming televisivo – irónico, então, que tantos tenham visto no filme a badalada patine Netflix.
De França chegaram-nos alguns dos filmes que mais se destacaram por lá, este ano, junto do grande público. Les Chambres Rouges, Emmanuelle, Hors-Saison, ou Quand vient l’Automne – novo trabalho competente do sempre competente, e prolífero, François Ozon. Mas o nosso destaque vai necessariamente para Dahomey (co-produção franco-senegalesa-beninense) de Mati Diop, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano, e sobretudo Bowling Saturne, de Patricia Mazuy, que nos chega pela generosa mão da The Stone and The Plot, com algum atraso (Mazuy tem já um novo filme) e após uma retrospectiva (quase) integral do seu trabalho no LEFFEST deste ano.
No “nosso” horror tivemos dois regressos. Art, The Clown, em Terrifier 3, para uma palhaçada bem mais concludente que a de Joker : Folie À Deux do mês passado, e Hugh Grant, em Heretic, num papel surpreendente, preso dentro de um filme auspicioso, mas em tudo mediano. Enfim, destaque espacial para Estamos No Ar, primeira longa de Diogo Costa Amarante, ou ainda para The Dead Don’t Hurt, de Viggo Mortensen, com quem estivemos à conversa há umas semanas.
E aqui fica o nosso Quadro de Estrelas de Novembro: