Quadro de Estrelas – Dezembro 2024

Mês do necessário rescaldo de um ano muito cheio para a Tribuna, Dezembro de 2024 chegou-nos acompanhado por algumas estreias interessantes. O nosso destaque vai obrigatoriamente para o importante Juror #2 de Clint Eastwood (quarto lugar nos “melhores do ano” para a Tribuna), que, esnobado pela Warner Bros, acabou por estrear directamente em streaming no Max, como se de um filme de Jaume Collet-Serra se tratasse. Outro regresso foi o de Pedro Almodóvar, com a estreia do seu primeiro filme em inglês, após as honras de “filme de abertura” do Leffest em Novembro passado. Dando continuidade ao diálogo com sua própria mortalidade, que o cineasta espanhol tem vindo recentemente a registar, The Room Next Door foi recebido com apreciações muito distintas (não apenas neste site) e motivou o artigo “mais lido de sempre” da Tribuna, devido a uma liberdade poética que virou clickbait acidental. Também previamente apresentados em festival, All We Imagine As Light, de Payal Kapadia, foi muito bem recebido pela Tribuna, e Here, que juntou Robert Zemeckis à equipa do seu Forrest Gump, intrigou-nos pelo retrato amargo da geração boomer americana que esconde por detrás de uma “embalagem” digital bem xaroposa. Um último grande destaque vai, naturalmente, para Babygirl, de Halina Reijn, um thriller erótico com Nicole Kidman sob o comando de Harris Dickinson, que gerou opiniões opostas entre os nossos críticos.

Enfim, se o Natal é para as crianças, este ano no “sapatinho” calhou-nos, sobretudo, muito espalhafato CGI. Para os mais velhos, a prequela de The Wizard of Oz, Wicked, tem sido arrasadora nas bilheteiras. A maioria da Tribuna preferiu, sinceramente, evitar o filme, mas quem arriscou, acabou por não desgostar. Já a sequela/prequela de The Lion King (Jon Favreau, 2019), Mufasa, confundiu um dos nossos críticos (e seus filhos) sobre a identidade de dezenas de leões digitais, perfeitamente indistinguíveis entre si. Enfim, Sonic também voltou, novamente com o “reformado” Jim Carrey (aqui vezes dois), lançando uma salutar discórdia entre os tribunos sobre o que deve ser, hoje, um filme “para” crianças.

Aqui fica o nosso Quadro de Estrelas de Dezembro: