O Senhor dos Anéis: Uma Trilogia Para o Natal Governar

Francisco SousaDezembro 23, 2024

Definir um filme de Natal é complicado. Para muitos, o simples facto de se passar na época natalícia é suficiente para categorizar um filme como sendo de Natal. Die Hard, Lethal Weapon, Eyes Wide Shut, entre outros, inserem-se nesta categoria, e todos os anos a sua inclusão nas melhores listas de filmes de Natal gera comentários irados e alguma polémica.

No entanto, se estamos a falar dos melhores filmes de Natal, que nem sequer se passam na quadra festiva, há uma trilogia que se destaca acima das demais: uma trilogia forjada em segredo nas planícies e montanhas da Nova Zelândia, e que faz parte da rotação no dia de Natal de muitas famílias. O que faz, então, da Terra Média um local tão acolhedor nesta época do ano?

“All we have to decide is what to do with the time that is given us.” O Senhor dos Anéis é, sem dúvida, uma trilogia longa. Cada um dos filmes tem quase três horas de duração e, se considerarmos as versões alargadas, estamos a falar de quase 12 horas sentados no sofá. No entanto, com o frio típico desta época, é difícil imaginar um plano melhor do que este. Através da icónica banda sonora de Howard Shore, somos facilmente transportados para as verdes florestas de Lórien, para os vastos pastos de Rohan ou para o sossego e conforto do Shire, antes de partirmos numa aventura épica.

A história, escrita por J.R.R. Tolkien e adaptada com enorme sucesso para o grande ecrã por Peter Jackson, é já bem conhecida: a jornada da irmandade encarregada de transportar o anel criado por Sauron até às profundezas de Mordor. Trata-se de uma narrativa de perseverança, camaradagem e do triunfo da luz sobre as trevas – temas transversais aos filmes de Natal. A amizade entre Frodo, Sam, Pippin e Merry, bem como o seu amor por comida e bebida (quem nunca tomou dois pequenos-almoços na manhã de Natal?), reflete a proximidade e a celebração que tantas pessoas procuram nesta época do ano.

O primeiro filme, A Irmandade do Anel, saiu em dezembro de 2001, e os dois filmes seguintes, As Duas Torres e O Regresso do Rei, também estrearam nos mesmos meses de 2002 e 2003, respetivamente. Ora, a data de estreia coincidente com o Natal confere-lhes uma dose nostálgica, ligando-os para sempre à época festiva.

A Trilogia do Senhor dos Anéis já ganhou o seu lugar junto à lareira, uma forma de escapismo, tão preciosa para muitos fãs como o Anel é para Gollum. Tal como a irmandade do anel, relembra-nos que, em tempos difíceis, encontramos força, alegria e espírito de pertença quando estamos com aqueles de quem mais gostamos.

 

Francisco Sousa